23 de setembro de 2011

Capítulo 3


MENØS UMA
Finalmente o carro pegou, e saí atropelando tudo quanto é zumbis que estavam perto de nós. Os que estavam nas laterais apenas caíram no chão. Alice, Ana e Yan estavam dando vivas e pulos de alegria. Olhando para trás.
Alice: Olha os bobões correndo como se fossem alcançar um carro como esse mesmo.
Marlon: Acho melhor você não contar vitória ainda.
Ana: Por quê?
Yan: Não me diz que eu to vendo isso.
Marlon: Sim, é um bloqueio de carros policiais.
Alice: Puta que pariu. E agora?
Yan: Agora é rezar pra que eles não venham atrás de nós.
Alice: Mais eles estão parando.
Yan: Não falem nada, me deixe pensar.
Marlon: Depressa.
Comecei a diminuir a velocidade, o carro foi parando, e olhando no retrovisor não havia mais nenhum zumbi seguindo agente. Parei o carro e olhei pra trás, Ana estava com a cabeça baixa e com as mãos juntas. Estava rezando.
Marlon: Acho que não precisamos mais de plano.
Yan: Por quê?
Alice: A Ana já resolveu.
Marlon: Não acredito que você está rezando.
Ana: Não ajudou?
Marlon: Não acho que eles voltaram atrás por causa disso.
Alice: Você não que ir lá ver porque foi não é?
Ana: Você está brincando né? Agora só falta falar que vamos brincar de mãe pega com eles.
Yan: Não vamos voltar.
Marlon: Nós vamos voltar.
Yan: O que?
Alice: É por causa da garota?
Marlon: Havia uma garota pedindo socorro, nós temos que ajudá-la.
Ana: Eu não vou.
Yan: Ela já deve estar morta.
Marlon: Se estiver, eu quero ver.
Alice: Vá sozinho.
Marlon: Droga viu. Ok então.
Saí do carro e fui andando. Eu tinha um fator que todos, inclusive eu, estava esquecendo. Eu estava todo lambuzado de tripas de zumbi. Eles não iriam notar. Inicialmente estava andando rápido, mais quando cheguei uns 50 metros dos zumbis comecei a andar mais devagar. Abaixei minha raquete e comecei a andar bem devagar. Eu tinha que achar aquela garota.
Finalmente cheguei ao aeroporto. Havia mais zumbis lá dentro, fui seguindo um deles que andava onde estava uma multidão de zumbis. Ás vezes sem eles perceberem eu colocava a mão no nariz, o cheiro era muito ruim. A qualquer momento eu achava que poderia vomitar e me entregar.
???: Otetsudai… (Socorro)
Estava mais forte a voz da garota. A multidão estava muito grande, eu teria que entrar no meio dela por cima ou… é isso! O aeroporto é de dois andares, o segundo é somente comércio e para vôos mais importantes. É pra lá que eu vou.
???: Ote…
Chegando ao segundo andar, eu fui até o local que estava à multidão, eles faziam muito barulho, eu me apoiei nas grades que tinham no segundo andar e pude ver a garota com metade do corpo apenas, a outra metade estava quase toda devorada por esses canibais nojentos, ela estava definitivamente morta!
Marlon: SEUS FILHOS DA P***. ESSA PODE SER A ÚNICA GAROTA CHINESA QUE ERA SOBREVIVENTE AQUI NESSA CIDADE, OU TALVEZ NO MUNDO.
A adrenalina estava a mil em mim. Eu só conseguia ver um monte de zumbis olhando pra cima. Alguns estavam correndo para rampa que dava no segundo andar. Eu estava totalmente furioso e cercado.
Marlon: Cadê o Jason Voorhees quando se precisa? (pra quem não sabe, Jason Voorhees é o cara que matava todos nos filmes Sexta-feira 13).
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Marlon saiu do carro fazia uns 15 minutos. As garotas e eu estávamos esperando ele voltar.
Alice: Já chega. Ele não vai voltar.
Ana: Ela tem razão. Ele pode estar morto, ou pode voltar só daqui algumas horas.
Yan: Não fala isso. Vamos esperar ele, só mais um pouco.
Alice: Mais cinco minutos. Se ele não chegar até daqui uns cinco minutos, nós vamos sair daqui e encontrar algum lugar pra passar a noite.
Yan: Ok.
Os cinco minutos se passaram como uma ventania indicando uma tempestade. Esperamos na verdade até uns dez minutos, e o Marlon não veio. Não acredito nisso. Nós deveríamos ir com ele, sempre em histórias de terror quem se separa acaba morrendo.
Alice: Yan. Vamos. Precisamos de um plano.
Minha cabeça estava bolando um plano. Olhando em volta de tudo era a primeira vez que nós estávamos na cidade de Hong Kong sem nenhum zumbi por perto. Saímos do carro cuidadosamente, as meninas estavam com medo de fazer algum tipo de barulho e aparecer algum zumbi perto delas.
A nossa frente estava o bloqueio de carros da policia, em volta ainda era muitos comércios. Nós vamos ter que andar mais um pouco até encontrar um prédio ou uma casa e passar a noite lá. Meus pensamentos foram interrompidos pela voz muito baixa de Ana:
Ana: E então Yan… Será que vai dar pra compartilhar seu plano conosco ou vai ficar pensando em silêncio?
Yan: Precisamos passar esse bloqueio e continuar andando até que nós encontremos um local apropriado parar passarmos a noite e…
Fui interrompido novamente, mais dessa vez foi uma explosão!
Alice: Que m**** foi essa?
Yan: Vamos entrar no carro. AGORA!
Eu fui o último a voltar pro carro, estávamos todos no banco de trás e parece que as coisas pioravam a cada minuto, os zumbis do aeroporto estavam correndo, todos para a origem da explosão.
Yan: O barulho da explosão deve ter atraído eles.
Eu dizia olhando para as garotas que olhavam uma pra outra.
Ana: Eles vão nos achar aqui.
Yan: Calma, eu to pensando.
E agora, o que vamos fazer? Pensa Yan, pensa…
Alice: Vamos morrer.
Yan: Já sei.
Mais é claro, a mochila que o Marlon deixou está coberta de restos de zumbis assim como eu.
Ana: Fala logo Yan. Sua idéia tem que ser boa.
Yan: É ótima! Vocês terão que ficar agachadas. E tudo que acontecer, eu explicarei depois.
Alice: Tá.
As meninas se abaixaram e eu coloquei a mochila de Marlon em cima de Alice e deitei em cima de Ana.
Ana & Alice: O que é isso Yan?
Yan: Acho melhor perguntarem depois, se houver depois.
Elas finalmente ficaram quietas. Não demorou muito e ouvimos aquela multidão correndo atrás de nós. Pareciam aquelas manadas de elefantes. Alguns passaram por cima do carro em que estávamos e fez um barulho grande, que Ana e Alice se assustaram.
Ana: Será que já foram todos?
Alice: Espero que sim.
Yan: Não se mexam. Eu vou ver.
Levantei bem devagar, o meu taco de beisebol havia ficado do lado de fora do carro. Eu saí do carro e não vi nem sinal de nenhum zumbi. Aproveitei e peguei meu taco.
Yan: Venham.
Ana: Agora entendo porque dizem que o povo da China é unido.
Alice: Por quê?
Yan: …?
Ana: Morre unido, vão a caça todos unidos.
Yan: Se você não percebeu, isso não é brincadeira. Eles ouviram explosão, e zumbis não causam explosão. Às vezes alguém está vivo.
Ana: É. E soltou a explosão por acaso. Tipo: Vou soltar uma explosãozinha aqui para ver quantos zumbis há em Hong Kong.
Alice: Haha.
Yan: Aff.
Espera! Ela tem razão.
Yan: Você tem razão. Mais não foi pra ver zumbis, e sim chamar os sobreviventes de perto.
Alice: Então vamos lá.
Yan: Mais o Marlon pode…
Alice: Chega Yan. Você viu. Ele deve ter morrido.
Yan: Ou ido junto com os zumbis para a explosão.
Ana: Claro, ele estava camuflado assim como você com os restos de zumbis.
Alice: Faz sentido.
Yan: Então, vamos pra lá.
Passamos o bloqueio que tinha duas filas de carros e escudos policiais. E preferia ter ficado do outro lado. Sangue para todos os lados, corpos no chão, zumbis andando, e aquele gemido horrível dos zumbis.
Ana: E agora Yan?
Ana falava baixinho pra ninguém notar que nós estávamos ali. Eu olhei em volta, e havia um carro que estava virado no meio de uma bifurcação que a rua tinha, era um carro pequeno, feio, e com uma cor pior ainda. Rosa.
Alice: Yan?
Yan: Carro rosa. Aquele pequeno do lado direito da bifurcação. O caminho está livre, e o carro também.
Ana: Como vamos pra lá?
Yan: Quando eu falar VÃO! Alguma de vocês sabe dirigir?
Alice: Eu sei mais ou menos.
Yan: Certo. Quando eu falar vão, não se esqueçam de correr o máximo que puderem.
Ana: O que você vai fazer?
Yan: Se preocupe com o que você vai fazer.
Eu fui andando pro lado esquerdo da rua com o taco de beisebol na mão, subi bem devagar em cima de um carro grande que tinha lá. E gritei:
Yan: VÃO!
As meninas correram pro carro, e eu comecei a falar vão mais vezes, até que todos os zumbis olhassem pra mim. Agora eu tinha que ter outro plano pra ir pro carro sem ser pego ou arranhado nem mordido por esses zumbis otários.
Yan: Agora é…
Interrompido pela minha salvação, outra explosão e os zumbis saíram correndo, dessa vez o barulho foi mais perto. A maioria dos zumbis correu de imediato para o local. Alguns ficaram me cercando.
Yan: Eu não sei tantas frases de filmes como o Marlon sabia, mais… vocês levaram azar de não irem junto.
Havia ficado cinco zumbis, eles tentavam subir em cima do carro, e sem perder tempo fui distanciando eles com meu taco de beisebol e dando cacetadas na cabeça, ainda bem que era como estava em filmes e seriados. Atinja a cabeça.
Alice: Yan vai logo com isso.
Faltava só um zumbi e ele ouviu Alice e saiu correndo atrás dela.
Yan: DROOGA!
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Fiquei escondido atrás de um balcão de lanchonete que havia perto das grades, somente olhava os zumbis andando em rumo no corredor de cima, peguei um daqueles potes pequenos de por maionese e escondi embaixo da roupa. Saí do balcão imitando eles, minha camuflagem ainda adiantava, eu acho.
Marlon: “Tomara que de certo”. – pensei comigo mesmo.
Esperei estar no meio deles e ninguém estar olhando pra mim. Tirei o pote e joguei pra perto da grade, eles avançaram pro pote, eu fiquei parado olhando, quando não havia mais nenhum perto de mim, fui andando em direção a rampa que descia pro segundo andar, andei até chegar à pequena multidão que agora havia em volta do corpo da linda garota chinesa que estava morrendo ali. Passei a mão em seu rosto.
Marlon: “Sinto muito. Não poder te salvar” – pensei novamente. – “foi minha culpa.”
Saí de lá, e notei que havia menos zumbis que antes, fui andando até a porta do aeroporto e não havia muitos zumbis.
Procurei um carro que estivesse aberto, estava achando muita sorte não ter muitos zumbis por ali. Entrei no carro e dei partida, ele pegou de primeira.
Marlon: ADEUS SEUS BABACAS.
Falei olhando na janela, e eles vindo até mim, acelerei e eles ficaram pra trás. Dessa vez eles me seguiram até o bloqueio, eu olhei pra trás, e eles estavam a uns 300 metros de mim e do carro, eu olhei pra dentro do carro em que deixei Yan e as garotas, logo ouvi uma explosão vindo de algum lugar pra frente do bloqueio, olhando pra trás eu fiquei parado e os zumbis passaram reto por mim.
Marlon: Ufa!
Passei o bloqueio dos carros de policia, e vi o Yan em cima de um carro abatendo dois zumbis. Alice estava mais afastada.
Alice: Yan vai logo com isso.
Yan deixou um zumbi escapar, e esse foi atrás de Alice.
Yan: DROOGA!
Ele corria pra ela, eu lancei minha raquete e cruzei os dedos pra ter acertado.
Alice: HAAAAA.
Marlon: Na mosca.
O zumbi tinha caído da forma mais feia possível, e tentava se levantar. Alice estava paralisada, Yan estava indo correndo até ele.
Yan: Ei otário.
Marlon: Pega ele Yan.
Yan estava mais perto dele, e vi quando ele preparava o taco de beisebol. O zumbi olhou pra Yan que acertou uma batida incrível. Se fosse em um campeonato de Beisebol não seria tão boa assim.
Yan: Marlon?
Marlon: Incrível.
Yan: Que bom que está vivo.
Alice: Vamos logo gente.
Yan: Agora o Marlon dirige.
Peguei minha raquete do chão e fui correndo com Yan e Alice até um carro rosa onde Ana estava nos esperando no banco de trás com minha mochila no colo.\
Ana: Você não morreu?
Marlon: Se eu morri não me informaram ainda. Não informaram nem a China ainda.
Alice: Haha. Essa foi boa.
Yan: Vamos logo, não teve graça.
Dei partida e fui dirigindo me desviando dos carros.
Marlon: Teve graça sim Yan.
Olhei pras garotas atrás e elas riam, o Yan era o único tentando não rir e olhava sério pra mim, olhei pra ele…
Ana: CUIDADO!
Alice: Fo***.
Olhei pra frente, e havia um carro na nossa frente. O nosso carro voou, eu pude ver duas pessoas lutando contra os zumbis e correrão quando o carro estava capotando no ar e iria cair no exato lugar em que elas estavam.
Ana & Alice: HHAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!