Capítulo 8

MENØS UM

Marlon: Como assim? Vão invadir aqui?

Yan: Eles cercaram a casa, não temos como sair.

Lucas: Agora vamos morrer.

Marlon: Não… espera.

Yan: Eu pensei, mais não sei o que fazer, eu estou apavorado.

Marlon: Simples, usaremos o mesmo truque que eu usei no aeroporto.

Alice: Qual?

Marlon: Vocês verão. Aqui é tudo cercado por plantação de café não é?

Jinghua Xu: Sim. Por quê?

Yan: Eu sei. Nada que você jogar vai fazer barulho. Eu já pensei nisso.

Felipe: Mande-me lá pra fora.

Marlon: Correção, esse é justamente o ponto. Só que eu irei.

Felipe: Seu pé, e seu ombro.

Yooji: Ele tem razão.

Marlon: Calem a boca e escutem, vocês vão nos ajudar a sair pela porta da cozinha, que é a porta dos fundos.  Felipe e eu vamos entrar no meio de todos aqueles cafés e vocês vão esperar esvaziar de zumbi pra entrar no carro.

Tiemi: Não mesmo.

Yan: Ele tem razão. Marlon tem muita força pra agüentar, e pela primeira vez pensou melhor que eu.

Marlon: Hehe. Mais você continua sendo o gênio daqui.

Ana: Mais o Felipe?

Marlon: Se ele quer tanto ir… Pode ser. Mais aí Felipe…

Felipe: O que é?

Marlon: Sistema de parceria, nada de cada um por si.

Felipe: Ok.

Senhor Xiao: Isso não dará certo.

Jinghua Xu: Pai…

Yan: Senhor Xiao, porque o senhor é tão pessimista?

Senhor Xiao: Apenas vejo a realidade.

Marlon: Já Chega. Senhor Kung fu Panda, nós vamos sair, e vocês seguiram o plano corretamente, precisamos…

Fui interrompido ao ouvirmos a porta se arrebentando.

Marlon: Caramba…

Lucas: Os móveis estão segurando a porta, vão logo.

Felipe e eu fomos correndo para a porta da cozinha, eu passei na sala e peguei minha raquete, chegando à cozinha eu fiz sinal pra ele que ia abrir a porta quando falasse três. Ele assentiu com a cabeça.

Marlon: TRÊS.

Abri a porta, e ele foi dando machadadas nos zumbis que estavam ali perto. Nós saímos de dentro da cozinha, eu fechei a porta e olhei pra ele.

Marlon: É agora cara.

Felipe: Ta.

Marlon: EI, QUEM TÁ QUERENDO UMA CARNE IMPORTADA DO BRASIL? VENHAM PRA CÁ.

Felipe: Com certeza, eles viram provar.

Marlon: Então se prepare. Fique de costas pra mim. Eles viram dos dois lados.

Felipe: Ok.

Não demorou muito, e eles começaram a chegar. Felipe e eu estávamos dando conta. Eram poucos.

Marlon: Haha. Mais assim, eu poderia tá sem um braço que daria conta de todos eles.

Só foi eu falar, e começou a vim zumbi que não acabava mais. Parecia até uma convenção.

Felipe: Você tinha que falar?

Marlon: Que droga. Vamos pra dentro dos pés de café.
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Ia começar tudo novamente, íamos ser caçados por essas criaturas horríveis. E pra piorar: Marlon e Felipe que são os matadores de zumbis, pelo menos os melhores que eu acho do grupo estão lá fora. O que me consola é que temos Yan que é ótimo em fazer planos. Marlon e Felipe haviam ido lá pra fora atrair os zumbis. Espero que consigam.

Marlon e Felipe haviam acabado de sair e ido pra cozinha…

Yooji: Vamos.

Alice: Yan.

Yan: Yan, Yan. Se acalmem e me deixem pensar.

Senhor Xiao: Acho melhor pensar logo.

Lucas: Concordo.

Ana: Estão saindo da porta.

Yan: Vamos pegar a bolsas e vamos pros carros. Se ficar alguma bolsa, vamos voltar até não ficar nenhuma.

Senhor Xiao: O que?

Jinghua Xu: Sim. De acordo.

Jinghua Xu parecia estar enfrentando seu pai, mais num momento desses, tínhamos que andar logo. Todo segundo era muito importante pra nós.

Ana: Vamos logo, ou eles vão voltar.

Yan: Vamos.

Começamos a andar rápido até a sala, estávamos em fila um atrás do outro. Até que Yan fez sinal para parar e todos pararam.

Yan: Aqui, as meninas vão levar as malas, nós homens vamos dar coberturas.

Ana: O que?

Yan: Agora!

As meninas começaram a pegar as malas, inclusive eu. Alice foi à única que ficou parada olhando pro Yan.

Yan: O que tá fazendo aqui? Vai logo.

Alice: Vocês ficam com o trabalho mole, e nós com o pesado?

Yooji: Por favor, Alice.

Alice: Ok.

Lucas abriu a porta com a ajuda do senhor Xiao, Yooji e Yan saíram e começaram a lutar contra os zumbis lá de fora.

Yooji: VENHAM!

Saímos correndo para os carros, lá fora Yan e Yooji davam um pau naquelas coisas nojentas. Alice estava na frente e abriu o porta-malas, todos foram colocando as bolsas no porta-malas dos dois carros. Quando eu olhei para trás, o senhor Xiao estava jogando as malas pra fora da casa, Lucas estava pegando as malas e colocando no carro junto com a gente.

“O que será que ele pensa que tá fazendo?” – pensava sem ter tempo de olhar, e apenas colocar as malas no carro.

Eu peguei a última mala e pus no carro.

Yan: Entrem no carro, agora.

Sem olhar pra lado algum, eu entrei. Lucas entrou como motorista do carro em que eu estava. Olhando pela janela, Yan e Yooji estavam quase acabando com os zumbis quando começaram a chegar mais, mais felizmente, Marlon e Felipe chegaram.

Marlon: Vamos para os carros.

Marlon dizia ao longe, chamando todos, eles não iriam conseguir conter todos aqueles zumbis.

Jinghua Xu: O que meu pai tá fazendo?

Alice: O que?

Jinghua Xu: Ele entrou em casa.

Segurei de imediato Jinghua Xu contra o banco.

Ana: Jinghua não tente nada. Seu pai é louco?

Ela começou a chorar, os garotos começaram a vir pro carro. E de repente um grito horrível saiu de dentro da casa de Jinghua Xu.

Só consegui sentir o carro acelerar, e quando olhei pra frente, estávamos indo atrás do outro carro. Lucas ia dirigindo, no banco do passageiro ia Felipe, no banco de trás, eu, Jinghua Xu no meio e do lado a Alice.
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Marlon estava dirigindo, Yan ia ao seu lado no banco do passageiro, eu ia atrás com Yooji. Todos nós estávamos apavorados, passamos pelo aeroporto, e em vez de ir até o bloqueio, viramos à esquerda, andamos cinco quilômetros e mais uma vez o carro foi para direita. Marlon evitava passar por ruas com muitos zumbis, porque em todas as ruas havia zumbis.

Yan: Para onde nós vamos?

Marlon: Rodar tudo aqui até achar um telefone público.

Tiemi: Por quê?

Marlon: Meus pais, meus amigos. Vocês sabem que os seus morreram. Eu não sei se os meus morrerão.

Yan: É provável que…

Marlon: Nem termine a frase. O negócio é telefone.

Yan: Uma hora dessas? Você tá louco? Temos que achar um lugar pra ficar.

Marlon: Ok. Temos ótimos hotéis em Zumbilandia, escolha o seu.

Tiemi: Sério isso?

Yooji: Se eu puder dar uma sugestão…

Marlon & Yan: Diga!

Yooji: Meus avôs moram aqui perto.

Tiemi: Boa idéia. A casa deles é muito grande.

Yan: É pra lá que nós vamos.

Yooji: Ela mora em uma ilha. A propósito, lá na frente vai ter uma avenida, nós vamos ter que entrar na direita da avenida e ir reto. E chegaremos lá. Lá onde ela mora, tem telefone público.

Marlon: Sério? Ufa.

Yan: Feliz?

Marlon: Nem tanto.

Tiemi: Claro que tá.

Marlon ficou sem graça e ficou em silencio, todos nós estávamos. Quietos, olhando as ruínas do que um dia foi à famosa China, e lar da minha tia.

Chegamos á avenida e o carro atrás de nós que estava Felipe, Alice e os outros nos seguia sem qualquer sinal de ataque ou coisas assim. A única coisa ruim era que as avós de Yooji moravam numa ilha aqui perto, e só podíamos chegar à ilha por meio de uma ponte. Há muito tempo criaram a ponte, pois a ilha era rural, pessoal do campo que somente viviam nela, e tanto avôs paternos quanto maternos de Yooji moravam juntos e trabalhavam no campo, e ele sempre gostou de ir pra lá, em uma das vezes que ele foi… ele me chamou e eu fui junto, foi legal.

Percebi que Marlon parava o carro.

Marlon: Fim da linha.

Yan: O que? Não pode ser…

Estava cheio de carros na entrada da ponte.

Yooji: Vamos ter que ir andando.

Yan: É muito longe?

Felipe apareceu na janela com seu machado.

Felipe: Vamos ter que ir andando não é?

Marlon: É o que tá parecendo.

Todos saíram do carro e pegamos as malas no porta-malas.

Marlon: Tome cuidado, eles podem estar dentro dos carros.

Estávamos todos andando entre os carros, um atrás do outro com o mínimo de barulho.

Marlon: Cara, eu espero que meus parentes estejam vivos.

Yooji: Eu também. Quero que meu avô e minha avó estejam vivos.

Yan: Esperem. Parem, estão escutando gemidos?

Alice: Gemidos.

Ana: Olhem para trás.

Ana falava com a voz de choro, todos viraram pra olhar. Quando eu, particularmente, olhei… é brincadeira.

Tiemi: Vamos morrer.