30 de setembro de 2011

Capítulo 5


VOLTANDØ
Era 10h00min de uma manhã ensolarada. Eu dormia na parte da frente da farmácia para “vigiar” e ver se não tinha nenhum zumbi querendo entrar. Tiemi não fazia barulho. Eu estava achando esquisito. Eu havia dormido no balcão e minha raquete estava do lado de dentro do caixa da farmácia… eu me levantei e pegando minha raquete, fui bem devagar até os fundos da farmácia onde Tiemi dormia, chegando lá ela parecia um anjo dormindo.
Marlon: Tú estás tan graciosa… Você sabe português, mais acho que espanhol não. Hehe.
Passei pela maca em que Tiemi dormia e entrei no banheiro, passei uma água no rosto e na boca, depois que fiz alguns gargarejos e cuspi a água, senti a fome entrando em meu estomago.
Lembrei na hora de uma cena do filme Zumbilândia onde Columbus e Talahasse conversavam e eles vêem um zumbi comendo uma pessoa no meio da estrada:
“Columbus: Oh, Meu Deus… Dá náuseas… (Talahasse olha estranho pra ele). Não, dá tristeza,… Vontade de voltar no tempo, do jeito que as coisas estão, no quintal pegando borboletas, sabe? (Talahasse olha estranho pra ele novamente) Em vez disso… Isso te faz sentir…
Talahasse… Fome!”
Marlon: O que eu não daria pra assistir esse filme mais uma vez. E pra comer também… Espera aí, eu to em uma farmácia, aqui deve ter bombom, bolacha, igual ao Brasil.
Saí do banheiro passando pelo quarto e Tiemi ainda dormia. Chegando à parte da frente da farmácia, deixei minha raquete em cima do balcão.
Marlon: Que merda.
Andando sobre os pequenos corredores que havia lá, estava tudo escrito em chinês, e as embalagens eram estranhas (Claro. Eu to na China, não no Brasil.), fui pegando algumas coisas que eu desconfiava ser comida, e apalpava pra ver se achava algo que eu poderia comer.
Logo achei uma caixa, que parecia ser aquelas caixas com pastilhas de menta.
Marlon: Pelo menos isso.
Nem prestei atenção no que estava escrito, quando abri a surpresa.
Tiemi: O que está fazendo?
Marlon: Achei que isso aqui eram pastilhas ou balas.
Tiemi: Haha. Haha. Você vai querer comer esses testes de gravidez?
Marlon (sem graça e bravinho): Pode rir enquanto eu morro de fome. Aí você vai ter que procurar meus amigos sozinhos.
Tiemi: Eu te ajudo.
Tiemi andou pelos corredores da farmácia, e logo foi pegando algumas coisas. Eu fui seguindo e pegando mais alguns produtos que ela pegava. Logo ela parou no balcão.
Marlon: Agora me diz o que é isso.
Tiemi: A maioria é barra de cereal. Eu não conheço muito as farmácias daqui, mais essa não tem muita variedade de alimentos.
Marlon: Hum.
???: Não. O Goku vence o Superman!
Eu estava começando a ficar louco ou ouvi uma voz?
Marlon: Você ouviu?
Perguntei para Tiemi com a voz baixa e ela fez que sim com a cabeça. Fiz sinal pra ela me esperar ali, e com a raquete na mão, abri muito devagar a porta da frente e vi dois garotos tentando abrir uma das portas laterais da farmácia em que estávamos… um deles tinha um machado nas mãos e o outro uma arma, parecia uma arma.
Marlon: Ei.
Os dois olharam pra mim assustados, e logo abriram um sorriso.
???: Ei cara, nós precisamos de um lugar pra ficar. Podemos ficar com você?
Marlon: Que são vocês?
???: Meu nome é Lucas, e ele é Felipe. Precisamos de um lugar.
Estavam vindo cinco zumbis, e eu estava tendo uma idéia.
Marlon: Tá. Entrem.
Felipe: Valeu.
Os deixei entrarem, e logo fechei a porta. Não demorou muito pros zumbis ficarem batendo na porta.
Lucas: Ei, ei. Que chinesinha é essa hein?
Lucas e Felipe cumprimentaram Tiemi, eu fiquei olhando a rua pelas beiradas da cortina. Oh!… Lembrei de algo importante.
Marlon: Minha mochila. Eu esqueci no carro.
Tiemi: Então vocês também eram do intercâmbio?
Felipe: Sim.
Marlon: Tiemi, você vem comigo?
Lucas: Aonde vocês vão?
Marlon: Preciso encontrar meu primo Yan, Alice e Ana Iris. E minha mochila.
Felipe: Eu conheço um Yan.
Marlon: Podem ficar aqui, o tempo que quiserem.
Tiemi: Porque não vocês não vêm com a gente?
Lucas: Legal. Vamos sim.
“ótimo!” – Eu pensando desanimado. Porque ela tinha que convidá-los? Aff. Agora é aturar isso…
Tiemi: Nós vamos agora Marlon?
Marlon: Sim.
Lucas: Ótimo. Então vamos.
Tiemi: E os zumbis lá fora?
Felipe: Se não for muitos, podemos cuidar deles.
Marlon: Então vamos agora.
Estava perto da porta, nem precisei andar mais um pouco. As batidas continuavam.
Marlon: Vocês podem abrir a porta pra mim?
Tiemi: O que vai fazer?
Olhei bem para Tiemi, pisquei para ela, e me posicionei esperando Lucas abrir a porta.
Marlon: Hora de enlouquecer ou emudecer.
Lucas abriu a porta e havia aqueles cinco zumbis mais uns três. No total eram oito. Quando eles vieram pra dentro da porta, eu distribuí raquetada e os empurrei lá pra fora com a raquete. Felipe chegou do meu lado, e com o machado que ele carregava, começou a me ajudar.
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Estava perto das 11h00min da manhã. Nós todos estávamos acordados há algum tempo já. Eu olhava pela janela, e me lembrava de quando estava no shopping com meu pai e minha mãe. Era divertido, apesar de que íamos mais ao cinema do que em outro lugar, no fim das contas… não terei mais isso.
Yooji: Yan! Você está bem?
Yan: Sim, eu… só estava mergulhado em lembranças.
Yooji: Isso é ruim, eu também fico me lembrando da minha família às vezes.
Yan: Sim. Eu queria um apocalipse de zumbi, mais queria minha família viva.
Yooji: Eu queria ter minha família comigo uma vez mais.
Yan: Mais agora que estamos aqui, o negócio é ter cabeça com visão estratégica, e não morrer.
Yooji: Sim. Você tem quantos anos?
Yan: 17 anos, e você?
Yooji: Tenho 19 anos. A Jinghua Xu tem uns 22.
Yan: Nem parece.
Yooji: Então… se até meio-dia esse Marlon não vim, nós vamos para a casa do campo certo?
Yan: Acho que seria bom pegar as malas das meninas e as minhas lá no aeroporto. Aí de lá nós iremos.
Yooji: De acordo. Ficar com essa roupa cheirando zumbi, não é bom. Apesar de disfarçar o cheiro, os atrai também.
Yan: Sério?
Yooji: Sim.
Yooji colocava a mochila nas costas, antes de ele passar pela porta, eu passei e fui até o quarto em que havia dormido. Ana e Jinghua Xu estavam bem próximas, elas conversavam como amigas inseparáveis e sorriam. Alice por outro lado estava com o soco inglês de Yooji. Pelo menos eles estão se divertindo. Queria muito que estivéssemos todos juntos.
Yan: Yooji, o que você acha de ir lá fora? Ficarmos perto do carro?
Yooji: É muito arriscado.
Ana: Para todos nós sim, mais pro Yan não.
Jinghua Xu: É verdade.
Yan: Eu sei, a minha camuflagem, mais vocês não acham que já secou muito isso aqui em mim?
Alice: Putz! Tem isso.
Yooji: Vou ficar na porta te dando cobertura.
Yan: Ok. Então… vamos testar agora.
Nós dois fomos lá pra fora, na rua do lado em que sofremos o acidente, e não podia estar pior. Havia multidões de zumbis, pareciam àquelas procissões em dia de páscoa. Eu fui para perto de um grupo pequeno que havia perto da porta do prédio, Yooji encostou a porta logo que sai e ficou olhando por uma fresta. Eu estava com medo, mais pra minha sorte a camuflagem estava funcionando muito bem.
Yooji fez sinal que ia fechar a porta, balancei a cabeça concordando e fiquei olhando a multidão e procurando Marlon.
Muitas coisas que eu via que eram deprimentes, pessoas “recém-zumbis” ás vezes sem metade da cabeça, outras com um buraco no peito, ou sem membros. Tanto pernas como braços.  Mais o que eu mais via, eram zumbis inteiros esperando a primeira pessoa trouxa que passasse ali para alimentá-los, isso era muito pior que canibalismo.
E isso era só o começo, hoje é só o segundo dia que o apocalipse zumbi começara. E eu estava louco para que isso acontecesse. Sei que pode ser egoísmo, mais se isso não acontecesse, morreríamos e o planeta Terra seria pior do que hoje. Pelo menos agora o planeta vai começar a se expandir e crescer árvores e plantas no meio de asfaltos e estradas federais. O que eu mais quero, é que nós, os sobreviventes da raça humana façamos um mundo melhor. Melhor do que estava antes.
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Dentro da casa, Alice, Jinghua Xu, Ana e Yooji esperavam à hora passar pacientemente, Yooji dando algumas aulas de lutas para Alice sem desviar o olhar do relógio, e as outras duas meninas conversavam como sempre.
Ana: … Então, eu ia para o shopping todos os fins de semana. Ás vezes no cinema, outras vezes comprar roupa, ou sapatos.
Jinghua Xu: Hum. Eu ia ás vezes ao shopping. É que eu trabalhava. Então o sábado e domingo, eu descansava. Eu sempre saia mesmo era na sexta-feira á noite.
Ana: Que legal. E seu namorado?
Jinghua Xu: Eu não tinha namorado.
Ana: Duvido. Sério?
Jinghua Xu: Sim.
Ana: Nossa. Eu namorava lá no Brasil, mais antes de viajar nós tínhamos terminado.
Jinghua Xu: Por quê?
Ana: Porque eu ia passar um ano aqui.
Jinghua Xu: Entendi.
Ana: Dos sobreviventes, quem você acha mais gatinho?
Jinghua Xu: Hã? Como assim?
Ana: Haha. Você entendeu.
Jinghua Xu: Não. Gatinho?
Ana: Quem você acha mais bonito.
Jinghua Xu: O seu amigo Yan.
Ana: Sério?
Jinghua Xu: Sim. O Yooji sempre foi meu amigo, mais apenas isso.
Ana: Não rolou nem um bitoca, quer dizer, nem um beijo? Nada?
Jinghua Xu: Não.
Ana: Yan então tem chances hein?
Jinghua Xu: E você? Quem daqui você acha mais bonito?
Ana: Não sei. Acho que o Yooji é mais bonito que o Yan e o Marlon.
Jinghua Xu: Ele está solteiro.
Ana: Não entenda mal. Só disse quem eu achava mais bonito.
Jinghua Xu: Esse Marlon, vocês sabem onde ele foi?
Ana: O Yan desconfia que ele seguiu para o aeroporto, pegar as coisas dele. Mais acho é que ele sumiu por outro motivo.
Jinghua Xu: Qual motivo?
Ana: Não sei. Eu só não acho que ele voltou para o aeroporto.
Yooji: Então galera… vamos lá. Já são 12h00min.
Jinghua Xu: Já?
Alice: Sim. E está bem quente lá fora. O sol resolveu aparecer e esquentar a temperatura.
Ana: Então, podemos passar em uma farmácia no caminho?
Jinghua Xu: Por quê?
Yooji: Bem pensado, podemos pegar ás vezes alguns remédios, para dores e outras coisas.
Alice: É isso Ana?
Ana: Não.
 Yooji: Não?
Ana: Pegar esmaltes para minhas unhas. Olhem só pra elas que horror. Estão horríveis.
Jinghua Xu: Mais… as unhas estão pintadas e bonitas. Só o dedo mindinho está com um raspãozinho.
Ana: Por isso mesmo. Tenho que me cuidar.
Yooji: E ela nem é vaidosa.
Alice: Você ainda não viu nada.
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Estava parado do lado do carro, com a mochila de Marlon em cima do carro capotado. Que sorte que o carro não explodiu, Marlon ficaria triste por perder suas coisas, mesmo ás vezes não tendo precisão.
Agora, o vírus foi letal. Quem diria que acharíamos sobreviventes… e tudo por causa da bendita procura pela cura do câncer. Ainda sim, o vírus Zero nasceu e a cura do câncer foi pro espaço. Hoje, em meio a aproximadamente seis bilhões de pessoas, sobram sete pessoas: Marlon, Ana, Yooji, Alice, Jinghua Xu, o pai de Jinghua Xu e eu.
Espero que tenha mais, estou muito esperançoso.
Olhando para o lugar em que estão os outros de cinco em cinco minutos, e em seguida olhando em todos os lados.  Em uma das vezes que olhei para onde os outros estavam, vi algo sendo arremessado da janela e fazendo barulho do outro lado daquela rua, esperei um pouco antes de ir lá, e vi o pessoal saindo agachado da casa e vindo até mim. Olhei rapidamente o lugar e tínhamos que pegar um carro pra voltar até o bloqueio e ir para o aeroporto pegar nossas coisas.
Bingo! Uma Mercedes, só poderia ser importada. Era linda, prata e só tinha algumas manchas de sangue nas laterais. Coloquei a mochila de Marlon nas costas e fui indo devagar até ela, e fazendo sinal para Yooji ver que Ra pra eles também irem até aquele carro magnífico.
Alguns zumbis os viram e começaram a correr até eles, eu tirei a mochila de Marlon das costas e abri.
Yan: Foi mal, Marlon.
Peguei uma lata de alumínio que Marlon tinha dentro da mochila e arremessei na direção oposta em que eu e eles estávamos seguindo. A lata vez um barulho razoável quando foi para o chão, e começou a rolar.  Os zumbis imediatamente foram até lata.
Yan: Vamos logo.
Agora estávamos correndo para o carro, quando chegamos ao carro, Ana Iris estava caída no chão, tinha torcido o pé e ficara para trás.
Yan: Ferrou.

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