21 de outubro de 2011

Capítulo 11


CØNSEQUÊNCIAS
Nós estávamos quase chegando ao navio, os mortos-vivos vinham atrás quase nos alcançando. Eu estava quase sem fôlego, quando vimos apenas uma escada feita de corda… (tipo aquelas que jogam dos helicópteros quando se está em uma cena de fuga)… a escada estava lá, sem nenhum sangue nem nada.
Marlon: Vamos… Subir.
Não conseguia falar e correr ao mesmo tempo, estava muito cansado. Pra subir por aquela corda no navio era difícil. Mais eu agarrei uma ponta e Lucas outra, subimos correndo. Os zumbis vinham e de primeira pegaram com facilidade nossos pés.
Marlon: Se sacode mais não deixa eles te morderem.
Lucas: Ok.
Sacudi meu pé ao máximo pra nenhum deles conseguirem pegar, mais sentia várias mãos em meus pés mais nenhuma conseguia agarrá-lo.
Marlon: Que droga, esse navio tinha que ser tão grande?
O navio parecia ter uns cinco a dez metros de altura em que a escada estava jogada. Era uma das menores partes do navio…
Lucas: Me ajuda.
Marlon: O que?
Olhando pra baixo, Lucas estava sendo puxado pelos zumbis que já tinham pegado seus pés até na altura dos tornozelos.
Marlon: Tá de sacanagem…? Não acredito!
Lucas já estava sem chances de ser salvo. Seus joelhos já eram facilmente alcançados pelos zumbis.
Marlon: Caramba, só falta eu morrer agora subindo essa escada. Lá em cima deve tá cheio de zumbis.
Eu vou arriscar, eu não posso cair lá embaixo. Não posso. Continuei subindo.
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Chegando perto do carro aberto, eu não vi sangue, não vi parte de corpos e nem corpos.
Felipe: Pronto. Eles não estão mortos.
Alice: Espero que não.
Yan: Yooji. Você vai me levar até esse porto, eles devem estar precisando de ajuda.
Yooji: A Jinghua Xu também sabe onde fica.
Jinghua Xu: Seu medroso.
Ana: Vamos nós todos.
Yan: Eu acho melhor…
Alice: Nós vamos e ponto.
Yan: Ok então. Yooji… vá á frente!
Yooji: É por aqui.
Yooji começou a caminhar e nós fomos seguindo-o, logo ele entrou no meio do mato. Que bom que eles não morreram ali. Agora teríamos alguma oportunidade de encontrá-los vivos, e voltar pra casa dos parentes de Yooji.
Felipe: To ficando com fome.
Alice: Agora agüenta.
Andamos muito no meio daquele mato, até que Yooji parou.
Yooji: É ali.
Yooji estava meio que parado olhando alucinado pro lugar… depois que eu olhei vi o porquê da sua expressão.
Yooji: Agora…
Felipe: Cacetada. Você deve tá brincando se está pensando que nós vamos passar por eles.
O porto estava infestado igual festa no apê do Latino, nós estávamos em muita desvantagem. Tínhamos que… Não! Eu tinha que pensar em algo.
Yan: Galera, to pensando em algo.
Alice: Rápido.
Olhando para toda aquela multidão de zumbis, meu cérebro começou a raciocinar e eu pensava em um plano kamikaze.
Yan: Pronto!
Ana: Fala.
Yan: Vamos ter que lutar com eles. Cada um tem uma arma, vamos lá galera.
Felipe: Você tá louco?
Yooji: Sério?
Alice: Não tem outro jeito?
Yan: É isso, ou virarmos covardes e ir embora.
Jinghua Xu: Então vamos lá.
Yan: Calma, já sei como podemos fazer. Felipe, Alice e Jinghua Xu vão para o outro lado, e o resto vão por aqui mesmo. Vamos ter que atacá-los com tudo.
Yooji: Então vamos fazer isso logo!
Yan: Vamos agora!
Enquanto eu e Yooji e Ana ficávamos esperando os três pegarem distancia de nós, fomos devagar e sem barulho. Logo eles fizeram um sinal positivo, e começamos a atacar aqueles zumbis.
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Puxei a escada pra nenhum zumbi querer bancar o inteligente e subir. Deixei ali do lado no chão do navio, e o estranho é que não tinha nenhum zumbi, apesar de muito sangue no chão.
???: Entre no navio.
A mulher da noite passada estava ali na porta do navio.
Marlon: Você de novo? O que quer? Como passou pelos zumbis?
???: Entre e siga pelo corredor. Vire à direita. E entre na segunda porta.
Marlon: Se você não é humana… É só minha imaginação. Você não é real. Você não é real.
???: Frase de filme não adiantará. Não quero te machucar.
Marlon: Freddy Krueguer também se disfarçava.
???: Você não está dormindo. Você precisa fazer o que falei, vire à direita e entre na segunda porta.
Marlon: Vou fazer o contrário.
Ela abaixou a cabeça, e seu rosto parecia triste.
???: Não faça isso… bom… a decisão é sua.
Eu olhei fixamente pra ela, e quando eu não conseguia mais ficar sem piscar… eu pisquei e ela sumiu.
Marlon: Caramba, eu tenho que ficar mais atento.
Comecei a andar até a porta em que a mulher estava, olhei para dentro e estava claro, era um corredor e lá na frente tinha os corredores que atravessavam esse. Será que ela é aquela mulher do aviso? É claro a lenda. A mulher sofre um acidente e tá com um filho ou filha, sua alma sai pedindo ajuda. Só pode. É ela sim, às vezes ela tá com a filha dela dentro da sala e tá precisando de ajuda. Eu vou lá pra ver.
Marlon: Espero que eu esteja certo.
Fui andando com cuidado empunhando minha raquete, o corredor estava cheio de portas… quando chegou ao local que eu deveria virar para direita, eu hesitei… será que eu devia confiar em… em alguém que até agora parecia ser uma ilusão da minha mente?
Marlon: Não se pode viver com medo! Não se pode viver com medo! Vamos lá Motoqueiro fantasma.
Virei à direita, eu poderia morrer. Mais só seria algo que eu anteciparia. Minha morte. E pra minha sorte sem nenhum zumbi, continuei andando e cheguei à segunda porta e a abri sem demora.
Quando olhei a sala… um caos de morte, sangue, corpos, e pegadas, pegadas de duas pessoas marcadas no sangue no chão. Havia uma porta á minha frente do outro lado da sala, onde as pegadas acabavam e eu ouvia gemidos.
???: Que bom que me ouviu.
Olhei pra frente e perto da porta que as pegadas acabavam, a mulher estava lá.
Marlon: Você quer me matar? Pelo barulho… do outro lado da porta tem zumbis, eles estavam aqui.
???: Acho melhor você abrir a porta.
Marlon: Nem a pau.
???: Do lado esquerdo, tem muitos zumbis chegando aqui.
Fui até a porta em que entrei e quando vi havia muitos zumbis chegando até a porta em que eu estava. Alguns usavam uniformes de marujos.
Marlon: Droga!
Puxei a porta com todas as forças e a fechei, só conseguia ouvir os zumbis batendo na porta, e a mulher dando uma pequena risadinha.
Marlon: O que você vai ganhar me matando?
???: Quem disse que eu to ganhando?
Marlon: E então?
???: Você pode salvar vidas. Você tem que correr.
Marlon: Eu sabia. Haha.
???: Pegue aquilo.
Disse ela apontando para um canto do outro lado da sala que ficava nas minhas costas, eu olhei e não havia nada, a não serem dois sapatinhos de crianças. Estava jogado ali, eu os peguei e enfiei no bolso da calça e quando olhei para frente, a mulher havia sumido. Eu fiquei parado em frente à porta que vinha os barulhos daquelas criaturas.
Marlon: Hora de enlouquecer ou emudecer!
Preparei a raquete e abri a porta… o interior da sala em que eu abri a porta era muito maior da que eu estava, era como se fosse um salão de festas. Os zumbis estavam se amontoando em algo que eu não conseguia ver.
Marlon: EI. SEUS OTÁRIOS, COMIDA BRASILEIRA AQUI. VENHAM.
Eles começaram a vir pra cima de mim, eu estava muito ruim pela morte de Tiemi e ia fazer todos eles pagarem.
Começaram a correr em minha direção, eu estava um pouco com medo, porque nunca havia visto tantos juntos em um lugar pequeno. Eu simplesmente saí dando pancada em todos, percebi que o local onde eles estavam amontoados havia cinco pessoas… uma delas era uma garotinha de pouca idade… uns cinco anos. E entre eles haviam dois caras lutando, um usava uma clava e o outro uma espada, e duas meninas cuidando da garotinha encolhidas em um canto.
???: Vamos acabar com todos eles.
???: É pra já.
Marlon: Vocês me pagam seus canibais de uma figa.
Apesar de serem muitos, eles não se moviam tão rapidamente como os zumbis das ruas. E eu tirava proveito disso.
Depois de algum tempo chutando bolas infectadas e dando raquetadas em cabeças, conseguimos nos livrar de todos eles.
Eles olhavam pra mim, e eu pra eles. Estávamos muito distante. Eu fui dando alguns passos até eles, quando fui reconhecendo os rostos.
Marlon: Lucas?
Lucas: Marlon?
Marlon: Fernando?
Fernando: Marlon?
Fernando e Lucas eram dois amigos meus. Fernando morava em Goiás, já Lucas morava em Curitiba como eu, mais em bairro diferente. Éramos amigos a algum tempo já.
Marlon: Quem diria que eu teria que vir pra China pra encontrá-los. Haha.
Percebi que uma garota se levantou do lugar em que elas estavam e veio correndo em minha direção. Era Melissa!
Melissa: Marlon… ainda bem. Senti sua falta.
Melissa, ou mel, como Lucas a chama, é a amiga do Lucas de longa data. Lucas me apresentou ela em uma balada Teen que aconteceu há algum tempo. Com ela vieram recordações que eu não queria lembrar.
Marlon: Melissa? Você está bem? É porque, como você pode sentir tanta falta minha?… agente mal se falou naquela balada, e…
Melissa: O Lucas me contou o que você falava pra ele.
Marlon: O Lucas?
Lucas: De nada.
Marlon: Olha Melissa, calma aí ok? Vamos sair daqui e depois conversamos.
Melissa: Tudo bem.
Lucas: Marlon… a Valle também está aqui.
Olhei para o canto em que Melissa tinha saído e a vi com uma garotinha no colo.
Valle: Oi.
Fernando: A garotinha no colo da Valle é a Pan. Ela era a filha do capitão do navio.
Valle é a amiga de Lucas e Melissa. Também conheci naquela balada.
Lucas: Agora, Marlon como você veio parar aqui?
Marlon: Longa história.
Fernando: Conte-nos.
Nós nos sentamos no chão para ouvir como eu tinha chegado ali, Melissa sentou do meu lado, e percebi que Lucas estava grudado com Valle, eu contei tudo para eles: desde quando cheguei de avião aqui na China.
Lucas: O Yan tá aqui?
Marlon: Sim. E vocês? Como chegaram aqui?
Fernando: Bom… Acho que tudo começou quando pegamos o mesmo cruzeiro. Eu estava trabalhando em uma empresa e tirava fotografias pra ela, eu tinha que vim tirar fotos de paisagens aqui na China. Estávamos bem sossegados no cruzeiro e quando estávamos chegando há uns 10 quilômetros que chegar aqui no porto eu percebi a movimentação, saí da minha cabine, e vi todos virados zumbis e se comendo.
Marlon: Ok. E Lucas, como você veio nesse cruzeiro?
Lucas: A Valle me convidou.
Marlon: Ah, tá.
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Estávamos muito cercados perto do navio, Ana, Yooji, Alice e Jinghua Xu estavam exaustos, Felipe e eu não estávamos, mais não era o mesmo pique do começo.
Yan: Vamos… continuar galera… não podemos desistir.
Eu dizia em meio a um ataque ou outro aos zumbis que eu atacava.
Ana: Eu não… consigo mais.
Felipe: Você tem que continuar!
Felipe estava tranqüilo, parecia que era fácil. Mais Ana parecia que a qualquer hora iria se entregar.
Jinghua Xu: Cansei.
Não! Jinghua Xu tinha entregado os pontos, ela simplesmente parou de lutar.

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